* O Estudo de Impacto Ambie...
Não sei se alguém reparou, mas as maiores críticas ao Simplex na área do urbanismo, têm vindo da parte mais à esquerda, mormente nos Verdes. E que tem de haver mais gente a dar pareceres, e têm de ter mais tempo, e assim.
Se formos a ver bem, um Estudo de Impacto Ambiental (ou será Impato, deve ser Impacto porque se lê o c, afinal até dá um acrónimo giro, EIA), é composto por dezenas de peças escritas e desenhadas. Portanto, para proteger a natureza, sacrificam-se uma data de infelizes arvorezinhas. E não só:
- Electricidade - para os computadores, as impressoras, as ploters, a iluminação (não há estudo sem noitada), a máquina do café, o frigorífico (há quem não consiga fazer EIA's sem uma bjeca ao lado), o leitor de CD's com os Cânticos da Baleias, etc...
- Gasóleo e gasolina - para ir aos locais objecto do EIA, e consequente emissão de gases nocivos para a atmosfera.
- Toner e tinteiros - Para imprimir a papelada toda, incluindo as 5 colecções a distribuir por cada entidade instada a pronunciar-se, mais uma para o cliente (caso seja um consórcio, uma para cada firma) e uma para ficar arquivada em segurança.
- Mais elementos diversos, como beatas atiradas para o passeio pelos técnicos fumadores que têm de ir fumar lá para fora, elásticos, agrafos, CFC's emitidos pelos sprays de cola usados para colar uns bonecos giros nas Cromoluxes.
- Além de que as entidades que têm de dar pareceres também gastam isso tudo na emissão dos ditos.
Portanto, quod erat demonstratum (acho que era assim que vinha nos livros do Astérix), um EIA produz um impacto ambiental que terá também de ser avaliado.
Receio mesmo que grandes empreendimentos previstos para a nação já não possam avançar, pois não poderá ser feito o indispensável EIA, se o EIA do EIA for desfaforável.
E parafraseando a anedota da tia que se maquilha:
- Para que são necessários tantos estudos, regulamentos, leis, decretos-leis e portarias?
- Para termos um ambiente urbano de grande qualidade
- E então porque não temos?