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Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2009

As vantagens do casamento gay

Há por aí quem, injustamente, considere que, neste momento de crise, há coisas mais importantes com que nos preocuparmos do que com casamentos.

Mas não é bem assim. De facto, sendo um casamento um negócio que movimenta imenso dinheiro, e estando este em declínio, dada a crescente popularidade das uniões de facto, há que abri-lo a novos mercados, estimulando assim a economia.

Vejamos, portanto:

Convites (mais facturação para os CTT).

Despedida de solteiros (aqui não rende tanto, sendo do mesmo sexo acabam por ir ao mesmo sítio).

Vestidos de noiva e fato de noivo (com mais combinações possíveis).

Decoração do local da cerimónia (o Registo Civil é demasiado prosaico, mas pode arranjar-se sempre uma dessas novas igrejas disposta a facturar uns cobres, fornecendo locais e ministros a condizer). Convém que se alterem algumas disposições tradicionais, é um bocado parvo perguntar a um convidado se vem da parte do noivo ou do noivo.

O aluguer da viatura.

O copo-de-água, mais o DJ.

Os presentes.

O hotel para a noite de núpcias.

A lua-de-mel.

Há ou não há aqui muito euro a circular? E, finalmente, teremos o divórcio gay, com mais dinheiro a gastar com advogados, novo apartamento, mobília, electrodomésticos e CD’s dos ABBA para quem não acertar na contratação do advogado. Todos ganham, enfim.

E a poligamia, já está na altura de ser também legalizada, mais convidados, mais presentes e, no fim, ainda mais advogados.

Já as ligações incestuosas, não terão grande vantagem financeira. Para começar, teria de ser a mesma família a arcar com as despesas da boda. E depois, estragava-se a vida aos argumentistas de novelas, porque passaria a ser irrelevante se Josineide descobre que afinal é irmã de Walterino. Além de que Os Maias perderiam toda a piada.

 

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publicado por Miguel O às 23:25
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Segunda-feira, 6 de Outubro de 2008

Há cada vez mais...

Há modas que entram na nossa forma de nos exprimirmos, umas são mais irritantes que outras.

 

Uma delas é o “há cada vez mais”. Já ninguém consegue falar sobre a sociedade, sem usar o “há cada vez mais” a torto e a direito.

 

A minha embirração com a coisa começou há uns anos quando, na RTP 2, dava um programa em que se reflectia sobre a sociedade, com o Dr. Jorge Sampaio, um senhor que não me lembro, e a Dra. Ana Drago.  

Pois a senhora brindava-nos, do alto da sua licenciatura, com uma extraordinária capacidade para constatar o óbvio. Eram “há cada vez mais”, por tudo e por nada:

Há cada vez mais famílias monoparentais.

Há cada vez mais pessoas a perder tempo no trânsito.

Há cada vez mais poluição.

Há cada vez mais centros comerciais.

 

As coisas que eu teria aprendido, se vivesse numa caverna, com uma televisão com um único canal, e que só se ligasse à hora em que dava esse programa...

 

E os jornalistas seguem o tom, sempre com o ar de quem acaba de descobrir a fusão nuclear a frio: 

Há cada vez mais portugueses a abastecer em Espanha.

Há cada vez mais criminalidade violenta.

Há cada vez mais professores/médicos/juízes/polícias/(colocar aqui a sua profissão preferida) descontentes.

 

Há cada vez menos paciência…

 

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publicado por Miguel O às 19:52
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