O post de Natal deste blogue é dedicado à Kermesse de Paris.
A Kermesse de Paris era a cereja no topo do bolo, para quem era criança nos finais de 70’s/princípios de 80’s, e ia a Lisboa de comboio, pela linha de Sintra. Descia-se ao Rossio e, à saída, lá estava ela. Era a loja de brinquedos, igual à dos filmes. Os comboios da Jouef, as pistas Scaletrix, as naves d’O Regresso do Jedi, os carros telecomandados, os kits da Revell, acho que até o Castelo de Greyskull, dos Masters of Universe.
No Natal, tudo ganhava outro encanto, com as decorações; mais as do Rossio e os neons no topo dos edifícios, e o cheiro a castanhas assadas.
Depois, chegaram as grandes superfícies, e as lojas chinesas. A Kermesse passou a perfumaria (nem sei o que lá está hoje). Os neons passaram a caixas de luz em acrílico, restou a castanha assada, suponho. As lojas de brinquedos foram para os centros comerciais, mas destinam-se a adultos e chamam-se agora de Modelismo ou Coleccionismo. Cada geração tem as suas nostalgias, talvez os nossos filhos venham a contar aos nossos netos da magia que sentiam ao passar pelo corredor dos brinquedos, em cada ida ao Continente. Ou como percorriam os corredores do Toys’R’Us no passeio dominical ao Colombo.
Eu deixo aqui a memória das montras a que tantos narizes se colaram, da Kermesse de Paris.
Já agora, se alguém tiver uma fotografia com que eu possa ilustrar este poste, ficaria eternamente agradecido.