* BE defende quotas para o ...
“É um escândalo que apenas os proprietários de Mercedes, BMW’s, Audis e, vá lá, um ou outro Passat, sejam vítimas de carjacking, podendo deduzir o prejuízo no IRS, e gerando inveja nos vizinhos”, declarou Francisco Louçã num encontro sobre Igualdade de Oportunidades.
“Os proprietários de Corsas, Clios ou Puntos também têm direito a ser carjackados. É urgente criar quotas, para que, para cada Mercedes, BMW ou, vá lá, 3 Passat’s, vítimas de carjacking, seja obrigatório carjacking de 4 Corsas (5, se tiverem Ar Condicionado), ou 6 Clios (7, se tiverem GPS de origem) ou 5 Puntos (3, se forem daqueles que vêm sem aquele coiso do isqueiro).”
Com tanta loja maçónica a pulular por Portugal, disto nem o Belmiro ainda se lembrou: O Centro Comercial da Maçonaria.
Podia ficar junto a uma via rápida dos subúrbios, assim como assim os outros centros também são fechados ao exterior, nem se iria notar a diferença.
E com grandes vantagens para os irmãos (e quiçá alguns primos). Poderiam mais facilmente escolher a Loja mais adequada às suas ambições políticas. Como nos outros shoppings têm uma zona com vestuário, decoração, desporto, o shopping maçónico teria as lojas divididas por zonas dedicadas a Ministérios, Secretarias de Estado, Administrações de Empresas Públicas, Administrações de Empresas Privadas Mas Cujo Principal Cliente É O Estado Portanto Vai Dar No Mesmo, etc. E com um food court, claro, com a gastronomia da moda, comida do Tacho.
Já para o nome, infelizmente o nome mais apropriado, e que expressa bem o objectivo dos principais lojistas, já pertence ao grupo Amorim: Dolce Vita.
Mas suponho que devam andar agora com outras preocupações, nomeadamente a queixa por parte do Secretariado Para a Igualdade das Pessoas Com Deficiência: É que os irmãos (e alguns cunhados também) que são portadores de deficiência ao nível dos membros superiores têm algumas dificuldades com o aperto de mão secreto.
Deu noutro dia uma reportagem sobre a cozinha de um qualquer festival gastronómico. Quem olhasse assim de repente para a televisão, pensaria estar a ver um bloco operatório de uma unidade de infecto-contagiosas.
Enfim, quem hoje entrar num atelier de arquitectura pensa que está num escritório de advogados.
Os camionistas devem andar irritados. E porquê, se o preço do gasóleo continua a descer? Pois porque a Internet está a levar à extinção os calendários de moças em topless, normalmente fotografadas em celeiros, encostadas a fardos de palha.
Abro aqui um parêntesis para explicar esta fixação pelos motivos rurais: Um homem passa horas ao volante, em estradas e auto-estradas através dos campos. É natural que imagine, lá ao longe, no celeiro, uma moça que o espere, nos mesmos preparos daquela que lhe faz companhia, fixada na cabine, ao lado do galhardete do Benfica.
Há aqui (podem tomar nota), mais um nicho de mercado: Calendários digitais, com a vantagem de estarem sempre actualizados, de data e de menina. Facilmente adaptáveis a outras profissões (menina em topless meio suja de óleo na garagem, menina junto aos rochedos semi-coberta com redes de pesca, etc.). E com a vinheta da publicidade à Caiximínio, Marquises e Pinturas. Para que não se perca essa bonita tradição do sorriso maroto quando se oferece o calendário, ou se descarregam via USB as meninas para o novo ano: “’Tá a ver, na nossa empresa só temos material do bom, eh eh eh.”.
Aos crentes da verdadeira fé, sucedem-se os Verdadeiros Apreciadores, do café aos charutos, do bacalhau à francesinha. Criam as suas capelas, a que gostam de chamar confrarias, e gostam de se constituir como uma elite superior, pelo simples facto de não porem açúcar no café. Nem no chá. Nem sequer saberem o que é chocolate branco.
E são de um proselitismo irritante:
“Vais pôr açúcar no chá? O verdadeiro apreciador bebe-o puro”.
Aliás, é algo comum a todo o membro de uma qualquer Igreja do Verdadeiro Único e Autêntico Apreciador, a demonização das misturas.
E há vários graus de pecados, dos veniais (deixar cozer o esparguete mais de 2’43” ou misturar gasosa na imperial) aos mortais (usar Barca D’Alva para fazer sangria ou queijo de Azeitão na tosta mista).
Não admira, portanto, que tenha assistido a este diálogo num restaurante argentino:
- Como queres o bife?
- Frito em manteiga, meio-termo
- Ah sim? O Verdadeiro Apreciador prefere-o mal passado, grelhado só com sal.
- Herejes! O Verdadeiro Apreciador nem põe sal, isso estraga-lhe os sucos, poisa-se na chapa, vira-se e já está.
- Blasfémia! O Verdadeiro Apreciador, segura-o com uma pinça de madeira de jatupicafá a 21’2cm de um tronco incandescente de madeira de truficapé, durante 0,26”, e não usa talheres.
- Revisionistas! O Verdadeiro Apreciador vai ao pasto e come directamente da vaca!