* Portal da Acção Promocion...
* Manual de sobrevivência e...
* Manual de sobrevivência e...
Pois o governo lançou um portal para ajudar as pessoas a encontrar os combustíveis mais baratos. O que me inspirou.
Na sequência do Manual de Sobrevivência em Tempos de Crise, que postei algures aí em baixo, venho propor um novo passo, o Portal da Acção Promocional Online.
Será, portanto, um sítio onde uma pessoa esfomeada poderá planear a sua refeição grátis, dirigindo-se ao hipermercado assinalado, sabendo de antemão que está lá uma menina simpática dando a provar tostas com queijo, outra com donuts e, quiçá, mais uma cerveja ou um café (graças à moda do café pastilhado, nunca falta uma grande superfície onde exercitar o nosso “atão, deixe lá provar esse famoso neispesso”).
E terá uma ligação para o calendário das inaugurações de auto-estradas, que parece que por lá também se come bem. E para outros sítios onde as vítimas da crise poderão alimentar-se de graça, sem passar vergonhas. Quem é amiguinho, quem é?
Já tem onde morar, como transportar-se, agora vamos comer. Existem várias entidades que se dedicam a alimentar os menos favorecidos. Mas destinam-se a pessoas verdadeiramente carenciadas, e não a pelintras como você. Analisemos, portanto as alternativas. Duas palavras mágicas: Food Court. Os centros comerciais são uma fonte inesgotável de recursos. Escolha o seu alvo criteriosamente, aproxime-se discretamente de uma família que esteja a consumir fast-food, e aguarde pacientemente numa mesa próxima. Quando se retirarem, ocupe a sua mesa antes que as senhoras da recolha dos tabuleiros se aproximem. Faça ar de quem já almoçou e está à espera que a(o) namorada(o) lhe vá buscar o café. Alimente-se. As famílias desperdiçam sempre imensa comida, muitas vezes embalagens intactas de hamburgers ou batatas fritas. Se a família lhe pareceu limpinha, pode atrever-se a acabar as sandes ou os refrigerantes. Vá aos balcões dos fast foods pedir mais uma embalagenzinha de ketchup, maionaise ou mostarda. O ketchup é uma fonte importante de vitamina C, betacaroteno e outras coisas saudáveis. Peça também mais um garfinho, colherzinha, faquinha, pratinho, copinho. Após algumas semanas vai conseguir um serviço de mesa completo, em policarbonato. Não se esqueça é que tem sempre de pedir com “inho”. Ninguém rejeita nada a quem pede com “inhos”.
Outra fonte se alimentação num centro comercial é o hipermercado. Nos dias de maior movimento, há sempre promotoras a sugerir-lhe que prove comida, queijos, iogurtes, enchidos, bolachas, etc. Sirva-se da secção de acessórios de moda para poder passar várias vezes na mesma banquinha. Quando estiver bem alimentado não se esqueça de ir lá pôr os acessórios outra vez, roubar nas lojas dá prisão, e ir de cana também sai caro.
Por fim, há outros produtos de que se pode abastecer gratuitamente num centro comercial, embora a sua recolha já se encontre na área cinzenta do “estou a servir-me/furto”. Refiro-me às instalações sanitárias, onde leitores menos escrupulosos, munidos de garrafas, poderão abastecer-se de água, sabonete e papel-higiénico. Como não quero ser processado pela Sonae, não aconselho este procedimento.
E pronto, aqui encerro esta trilogia com um último conselho: Não adoeça, adoecer sai caro.
Caso verifique que, de facto, está a conseguir poupar imenso dinheiro com este Manual, pode sempre enviar-me um donativo. Bem haja.
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Segue-se um conjunto de dicas preciosas para economizar uns cobres, nos difíceis tempos que se avizinham.
Se não tem um parente idoso a quem cravar alojamento a troco de companhia enquanto vê a Fátima ou as novelas da TVI, a melhor solução é tornar-se empreiteiro; ou melhor, pseudo empreiteiro. Há centenas de apartamentos novos vagos por todo o país, à espera de ocupação. Ofereça os seus préstimos como electricista, ou canalizador, num edifício quase pronto.
Infelizmente não poderá ser em empreendimentos de luxo, porque esses são vendidos ainda antes da obra se iniciar, mas não se pode querer tudo.
O dono da obra vai ficar satisfeitíssimo ao notar a sua assiduidade, uma vez que você é o primeiro a chegar de manhã, e o último a sair à noite. Óbvio, uma vez que você vai lá dormir. As obras costumam ter água e electricidade, além da madeira que sobra das cofragens para o lume.
Quando o dono da obra começar a reclamar demasiado por não ver nenhum trabalho feito, é altura de partir para outra. De qualquer forma, não vai poder pôr em causa o seu brio profissional, assim como assim não lhe cobrou nada.