* O restaurante do Sr. Armi...
- Boa tarde. Somos da ASAE e viemos fiscalizar este restaurante.
- Qual restaurante?
- Este! Isto é um restaurante, não é?
- Não. Isto é a minha casa.
- Ah sim? E o letreiro lá fora?
- Se as pessoas podem chamar à sua casa “Vivanda Mariani”, “Casa da Milu” ou “Villa Che Guevara”, porque é que não posso chamar à minha “Restaurante Bensecome”?
- E estas pessoas aqui a sentadas a almoçar?
- São meus convidados. A casa é minha, eu convido quem eu quiser para almoçar.
- Mas tem aqui este cartaz a dizer “Prato do dia – Pezinhos de coentrada. Refeição completa 6,5€. Inclui sopa, prato, fruta do dia e café”!
- Isso não é um cartaz, é um quadro feito pelo meu sobrinho. Tem muito talento. Começou com obras mais simples, do tipo “Temos caracóis”. Houve um que teve grandes elogios da Crítica, o famoso “Hoje há cozido”. Se o Duchamps pode pendurar um urinol na parede e dizer que é arte, quem são vocês para dizer que isto não é arte?
- Mas então as pessoas não pagam.
- Pois não. Mas em vez de trazer uma garrafa de vinho ou uma sobremesa ao anfitrião, como mandam as regras da boa educação, preferem deixar um contributo para a Liga de Defesa da Barata Albina, da qual eu sou administrador.
- Mas não há baratas albinas.
- Não se vêem porque não havia ninguém a protegê-las, é para isso que serve a LDBA. Por coincidência, toda a gente contribui com 6.5€. Posso convidá-los para o almoço?
- A sopa é de quê?
- Tomates. Da minha horta.