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Há modas que entram na nossa forma de nos exprimirmos, umas são mais irritantes que outras.
Uma delas é o “há cada vez mais”. Já ninguém consegue falar sobre a sociedade, sem usar o “há cada vez mais” a torto e a direito.
A minha embirração com a coisa começou há uns anos quando, na RTP 2, dava um programa em que se reflectia sobre a sociedade, com o Dr. Jorge Sampaio, um senhor que não me lembro, e a Dra. Ana Drago.
Pois a senhora brindava-nos, do alto da sua licenciatura, com uma extraordinária capacidade para constatar o óbvio. Eram “há cada vez mais”, por tudo e por nada:
Há cada vez mais famílias monoparentais.
Há cada vez mais pessoas a perder tempo no trânsito.
Há cada vez mais poluição.
Há cada vez mais centros comerciais.
As coisas que eu teria aprendido, se vivesse numa caverna, com uma televisão com um único canal, e que só se ligasse à hora em que dava esse programa...
E os jornalistas seguem o tom, sempre com o ar de quem acaba de descobrir a fusão nuclear a frio:
Há cada vez mais portugueses a abastecer em Espanha.
Há cada vez mais criminalidade violenta.
Há cada vez mais professores/médicos/juízes/polícias/(colocar aqui a sua profissão preferida) descontentes.
Há cada vez menos paciência…