AH, MAS DISTO NINGUÉM FALA!

Se um conjuge agride outro conjuge na via pública, também é considerado violência doméstica?

Se um meliante que não fez a 4ª classe assalta a tesouraria da universidade, é considerado furto qualificado?

Falar ao telemóvel, ou praticar qualquer outra actividade enquanto se conduz, pode representar um acréscimo no consumo de combustível da viatura.

Sabemos que uma das regras para economizar combustível é evitar os altos regimes, usando sempre a mudança correcta. Quando manipulamos um telemóvel, ou praticamos outra actividade enquanto conduzimos (comer uma sandes de atum, fazer gestos obscenos aos outros condutores, fazer um cigarro de enrolar), precisamos de uma das mãos no volante (a não ser que sejamos o Toy), pelo que não ficamos com nenhuma mão disponível para engrenar a mudança correcta. Isto pode ter acréscimos no consumo de combustível. Por exemplo, numa viatura a gasóleo que percorra 17539km por ano, são mais 14,7l (não fiz as contas, porque é uma coisa que cansa, e 14,7 é um número com bom aspecto).

Portanto, já sabe, evite manipular telemóveis, ou sandes de atum, enquanto conduz. O ambiente agradece.

Para a semana: Como poupar energia retirando a lâmpada do frigorífico e usando uma daquelas lanternas que dão luz quando se abanam, na testa.

Deu noutro dia uma reportagem sobre a cozinha de um qualquer festival gastronómico. Quem olhasse assim de repente para a televisão, pensaria estar a ver um bloco operatório de uma unidade de infecto-contagiosas.

Enfim, quem hoje entrar num atelier de arquitectura pensa que está num escritório de advogados.

Os camionistas devem andar irritados. E porquê, se o preço do gasóleo continua a descer? Pois porque a Internet está a levar à extinção os calendários de moças em topless, normalmente fotografadas em celeiros, encostadas a fardos de palha.

Abro aqui um parêntesis para explicar esta fixação pelos motivos rurais: Um homem passa horas ao volante, em estradas e auto-estradas através dos campos. É natural que imagine, lá ao longe, no celeiro, uma moça que o espere, nos mesmos preparos daquela que lhe faz companhia, fixada na cabine, ao lado do galhardete do Benfica.

Há aqui (podem tomar nota), mais um nicho de mercado: Calendários digitais, com a vantagem de estarem sempre actualizados, de data e de menina. Facilmente adaptáveis a outras profissões (menina em topless meio suja de óleo na garagem, menina junto aos rochedos semi-coberta com redes de pesca, etc.). E com a vinheta da publicidade à Caiximínio, Marquises e Pinturas. Para que não se perca essa bonita tradição do sorriso maroto quando se oferece o calendário, ou se descarregam via USB as meninas para o novo ano: “’Tá a ver, na nossa empresa só temos material do bom, eh eh eh.”.

Um vídeo posto a circular em Blue-Ray, vem trazer novamente para a actualidade do dia a questão da violência escolar.

O caso ter-se-à passado na última semana, no Colégio P’l’Amor da Santa, localizado no problemático bairro da Quinta da Marinha.

No vídeo, gravado em alta resolução pela webcam de um dos alunos, vê-se uma aluna a agredir verbalmente a professora, chamando-a pelo seu nome de baptismo, Sô Dona Vanessa, em vez do petit-nom Vatuxa. Na origem da situação terá estado o facto de a professora ter tirado o MacBook 13” à aluna, incomodada pelo som dos powerpoints recebidos.

Não é a primeira vez que se assistem a cenas de violência nesta escola. No mês passado, a mãe de um aluno agrediu um professor, na sequência deste lhe ter chamado a atenção por estar a comer a salada com o garfo do peixe. Seguiram-se confrontos violentos, com a mãe do aluno a cumprimentar o professor com dois beijinhos, depois chamou-o possidónio e, por fim, com este já completamente desmoralizado, acabou mesmo por acusá-lo de ter comprado a camisa da Façonnable na feira de Carcavelos.

O professor teve de ser assistido na Clínica Psiquiátrica da Linha, onde se encontra ainda em observação.

O director do Colégio não quis prestar declarações, mas afirmou, em privado, que estes casos se têm agravado desde a chegada à Quinta da Marinha de indivíduos de outras etnias, nomeadamente pré-reformados do sector empresarial do Estado, ex-administradores de bancos nacionalizados e mesmo alguns responsáveis pelo urbanismo das autarquias.