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Uma embalagem de atum, Tenório, se estiver em promoção, Um pack de Actimel de frutos tropicais, mas vê lá o prazo de validade, os últimos que trouxeste tive de os deitar fora, todos não, ainda bebi três, Quatro kilos de maçã Golden, não tragas as que já vêm ensacadas, há muitas que são levantadas do chão apodrecem num instante, Meia dúzia de ovos com Burundi, ou lá como aquilo se chama, Uma embalagem de Cilit Bang, o calcário em Lanzarote deixa as torneiras baças, há um que tem lixívia cuidado com a roupa, Guardanapos dos reciclados, Gillete Mach 3, da turbo não que me desagrada aquela tremideira toda quando me barbeio, Água não vale a pena ainda cá há dois garrafões, Esparguete da Nacional, espera, desse não que foi comprado pelos imperialistas da United Biscuits, traz marca Continente (El Continiente, em castelhano), Eu sei, o Belmiro também é capitalistas mas pelo menos os meus livros estão há venda na secção de livros do Continente (El Continiente, em castelhano), Um pack de leite magro Nova Açores, Um frasco de polpa de tomate, traz das maiores sempre fica mais barato, Amendoins torrados que no próximo fim-de-semana vem cá o Carrilho e ele gosta de ter uns salgados a acompanhar a manzanilla, E já agora traz também manzanilla, para ele, que para mim cai-me mal no fígado será melhor um xerez…
Enfim, a coisa continua por mais 17 páginas até ao próximo parágrafo.
Mas tudo tem solução, Saramago aderiu ao Continente (El Continente, em castelhano) online, só tem de pôr cruzinhas, e finalmente pode saborear as suas Maryland Cookies, com pepitas de chocolate
É constante, sobretudo pelo Natal, novos aromas, a moda obriga. E então, que acontece aos outros? Haverá ainda espaço nas prateleiras das perfumarias para os sucessos do passado? Mantêm-se por lá o Channel nº5, o Tzar, o Anaïs Anaïs ou o Kouros. Mas por onde anda o Drakkar Noir?
Já sei, é o mercado que manda, o que não vende descontinua-se. Mas, e se uma pessoa se habitua a um aroma, que fazer? Se não temos a capacidade de certos animais para decompor os cheiros, será que ainda precisamos de mais? Não haverá, no meio de toda a imensidade já criada até hoje, perfumes que satisfaçam toda a gente?
E o mais grave, é que já são raros os supermercados em que se consegue encontrar AquaVelva.
Tenho o prazer de comunicar aos estimados leitores, que este é o único blogue sem nenhum vídeo sobre a acção de formação do Magalhães. Aliás, é o único blogue sem nenhum post sobre o Magalhães. Aliás, este blogue nem sequer se consegue ver num Magalhães.
De um modo geral, a crítica gastronómica tende a focar-se em estabelecimentos fora do alcance das bolsas do comum dos mortais.
Portanto, iniciamos mais uma rubrica de interesse público, a crítica gastronómica de tascos fastfood.
Começámos pelo NhompaBurguer, situado no foodcourt do Fórum Arrentela.
O ambiente reflecte o espírito do fastfood, dominado por tons amarelos, laranja e azuis. Dirigimo-nos à caixa, enquanto apreciávamos a extensão dos menus. Não é a escolha mais variada que já encontrámos, mas ainda assim aceitável.
As entradas são limitadas, optámos pelos aros de cebola. Estaladiços, sem ser demasiado esturricados, prepararam o estômago para a piéce de résistence. A casa propõe NhompaBurguer, Nhompachorro, BacoNhompa, NhompaCheese, entre outras iguarias. Seguimos o conselho do prestável funcionário Petrelson, e aventurámo-nos num sugestivo DoubleNhompaMaxBurguer: Dois hamburguers grelhados, alface frisada, duas fatias de queijo, uma fatia de fiambre, pickles, molho à base de maionaise e, ousadia do franchiser, um raminho de salsa.
A combinação resulta bem, sustenta-se no clássico e aponta alguns trilhos de evolução. A quantidade de recheio que espirrou à primeira dentada estava também correcta, sem saltar para o nariz, mas pingando delicadamente sobre as batatas fritas. Ainda assim, no meio do conjunto queijo/condimentos/molhanga, notava-se um ligeiro sabor a carne, situação que deverá ser corrigida de futuro.
Nas batatas fritas, não se inventou, discretas quanto baste, com uma equilibrada capacidade de absorção de ketchup.
A carta de bebidas revelou-se pouco expressiva, apesar de adequada, salientando-se o Compal Manga-Laranja e o Frisumo Frutos-Vermelhos, pecando este por inadequada temperatura, excessivamente baixa, retirando fulgor aos açucares.
Para sobremesa, avançámos para uma prosaica waffle com doce de morango (o tracto estaladiço resistiu ao micro-ondas) e no fim, melhor dizendo, no princípio, pagámos 6,75 € por pessoa, valor perfeitamente justo, face à qualidade da refeição. Ficámos clientes.
Há modas que entram na nossa forma de nos exprimirmos, umas são mais irritantes que outras.
Uma delas é o “há cada vez mais”. Já ninguém consegue falar sobre a sociedade, sem usar o “há cada vez mais” a torto e a direito.
A minha embirração com a coisa começou há uns anos quando, na RTP 2, dava um programa em que se reflectia sobre a sociedade, com o Dr. Jorge Sampaio, um senhor que não me lembro, e a Dra. Ana Drago.
Pois a senhora brindava-nos, do alto da sua licenciatura, com uma extraordinária capacidade para constatar o óbvio. Eram “há cada vez mais”, por tudo e por nada:
Há cada vez mais famílias monoparentais.
Há cada vez mais pessoas a perder tempo no trânsito.
Há cada vez mais poluição.
Há cada vez mais centros comerciais.
As coisas que eu teria aprendido, se vivesse numa caverna, com uma televisão com um único canal, e que só se ligasse à hora em que dava esse programa...
E os jornalistas seguem o tom, sempre com o ar de quem acaba de descobrir a fusão nuclear a frio:
Há cada vez mais portugueses a abastecer em Espanha.
Há cada vez mais criminalidade violenta.
Há cada vez mais professores/médicos/juízes/polícias/(colocar aqui a sua profissão preferida) descontentes.
Há cada vez menos paciência…