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Não sei se isto também acontece com os estimados leitores, proprietários de leitores de mp3: a porcaria dos fios ensarilham-se sempre, e nunca apanhamos o phone (right/left) do lado correcto.
Além de que os obsessivos/compulsivos nunca conseguem ouvir a música sossegados, “será que tenho os phones do lado certo”?
Com os phones Dimanch, isto já não acontece.
Como podem ver na figura, cada phone tem as letrinhas OS. Quer dizer One Side e Other Side, ou seja, De Um Lado e Do Outro Lado. Ou seja, o primeiro que se apanha enfia-se no ouvido que dá mais jeito, e o outro, pois claro, no outro ouvido. Simples. Em qualquer dos lados está sempre bem. Há quem possa reclamar que o som não é o mesmo, mas estamos a falar de mp3, o que é que a qualidade do som tem a ver com o assunto?
- Boa tarde. Somos da ASAE e viemos fiscalizar este restaurante.
- Qual restaurante?
- Este! Isto é um restaurante, não é?
- Não. Isto é a minha casa.
- Ah sim? E o letreiro lá fora?
- Se as pessoas podem chamar à sua casa “Vivanda Mariani”, “Casa da Milu” ou “Villa Che Guevara”, porque é que não posso chamar à minha “Restaurante Bensecome”?
- E estas pessoas aqui a sentadas a almoçar?
- São meus convidados. A casa é minha, eu convido quem eu quiser para almoçar.
- Mas tem aqui este cartaz a dizer “Prato do dia – Pezinhos de coentrada. Refeição completa 6,5€. Inclui sopa, prato, fruta do dia e café”!
- Isso não é um cartaz, é um quadro feito pelo meu sobrinho. Tem muito talento. Começou com obras mais simples, do tipo “Temos caracóis”. Houve um que teve grandes elogios da Crítica, o famoso “Hoje há cozido”. Se o Duchamps pode pendurar um urinol na parede e dizer que é arte, quem são vocês para dizer que isto não é arte?
- Mas então as pessoas não pagam.
- Pois não. Mas em vez de trazer uma garrafa de vinho ou uma sobremesa ao anfitrião, como mandam as regras da boa educação, preferem deixar um contributo para a Liga de Defesa da Barata Albina, da qual eu sou administrador.
- Mas não há baratas albinas.
- Não se vêem porque não havia ninguém a protegê-las, é para isso que serve a LDBA. Por coincidência, toda a gente contribui com 6.5€. Posso convidá-los para o almoço?
- A sopa é de quê?
- Tomates. Da minha horta.
Já tem onde morar, como transportar-se, agora vamos comer. Existem várias entidades que se dedicam a alimentar os menos favorecidos. Mas destinam-se a pessoas verdadeiramente carenciadas, e não a pelintras como você. Analisemos, portanto as alternativas. Duas palavras mágicas: Food Court. Os centros comerciais são uma fonte inesgotável de recursos. Escolha o seu alvo criteriosamente, aproxime-se discretamente de uma família que esteja a consumir fast-food, e aguarde pacientemente numa mesa próxima. Quando se retirarem, ocupe a sua mesa antes que as senhoras da recolha dos tabuleiros se aproximem. Faça ar de quem já almoçou e está à espera que a(o) namorada(o) lhe vá buscar o café. Alimente-se. As famílias desperdiçam sempre imensa comida, muitas vezes embalagens intactas de hamburgers ou batatas fritas. Se a família lhe pareceu limpinha, pode atrever-se a acabar as sandes ou os refrigerantes. Vá aos balcões dos fast foods pedir mais uma embalagenzinha de ketchup, maionaise ou mostarda. O ketchup é uma fonte importante de vitamina C, betacaroteno e outras coisas saudáveis. Peça também mais um garfinho, colherzinha, faquinha, pratinho, copinho. Após algumas semanas vai conseguir um serviço de mesa completo, em policarbonato. Não se esqueça é que tem sempre de pedir com “inho”. Ninguém rejeita nada a quem pede com “inhos”.
Outra fonte se alimentação num centro comercial é o hipermercado. Nos dias de maior movimento, há sempre promotoras a sugerir-lhe que prove comida, queijos, iogurtes, enchidos, bolachas, etc. Sirva-se da secção de acessórios de moda para poder passar várias vezes na mesma banquinha. Quando estiver bem alimentado não se esqueça de ir lá pôr os acessórios outra vez, roubar nas lojas dá prisão, e ir de cana também sai caro.
Por fim, há outros produtos de que se pode abastecer gratuitamente num centro comercial, embora a sua recolha já se encontre na área cinzenta do “estou a servir-me/furto”. Refiro-me às instalações sanitárias, onde leitores menos escrupulosos, munidos de garrafas, poderão abastecer-se de água, sabonete e papel-higiénico. Como não quero ser processado pela Sonae, não aconselho este procedimento.
E pronto, aqui encerro esta trilogia com um último conselho: Não adoeça, adoecer sai caro.
Caso verifique que, de facto, está a conseguir poupar imenso dinheiro com este Manual, pode sempre enviar-me um donativo. Bem haja.
Agora que resolveu o problema da habitação, passemos à mobilidade. É muito importante, uma vez que vai ter de deslocar-se para conseguir obter outros bens ou serviços indispensáveis à sua sobrevivência.
Viatura própria está fora de questão, nem será necessário explicar porquê (se o estimado leitor não fosse inteligente, estaria a ler blogues mal frequentados em vez de estar aqui a cultivar-se). Pedir boleia, tendo em conta o MDSCJ (Medo De Ser Car Jackado) dos automobilistas, não resulta. A menos que você tenha sido abençoado pela natureza de forma semelhante à Soraia Chaves. Nesse caso, torna-se complicado ser transportado para o destino desejado. Os transportes públicos custam dinheiro e viajar sem bilhete é arriscado.
Deverá então aproveitar os transportes gratuitos que várias entidades põem à sua disposição, nomeadamente os centros comerciais. Aproveite, sobretudo porque os Centros Comerciais são uma fonte importante de recursos, que adiante exploraremos.
Outra alternativa são as bicicletas que algumas autarquias colocam à disposição dos munícipes, no sentido de incentivarem a sua forma física. Mude-se para Aveiro, ou Oeiras.
No próximo capítulo, a alimentação.
Fazei lá ctrl-d, para marcardes este post, que vos pode vir a ser mui útil no futuro.
Segue-se um conjunto de dicas preciosas para economizar uns cobres, nos difíceis tempos que se avizinham.
Se não tem um parente idoso a quem cravar alojamento a troco de companhia enquanto vê a Fátima ou as novelas da TVI, a melhor solução é tornar-se empreiteiro; ou melhor, pseudo empreiteiro. Há centenas de apartamentos novos vagos por todo o país, à espera de ocupação. Ofereça os seus préstimos como electricista, ou canalizador, num edifício quase pronto.
Infelizmente não poderá ser em empreendimentos de luxo, porque esses são vendidos ainda antes da obra se iniciar, mas não se pode querer tudo.
O dono da obra vai ficar satisfeitíssimo ao notar a sua assiduidade, uma vez que você é o primeiro a chegar de manhã, e o último a sair à noite. Óbvio, uma vez que você vai lá dormir. As obras costumam ter água e electricidade, além da madeira que sobra das cofragens para o lume.
Quando o dono da obra começar a reclamar demasiado por não ver nenhum trabalho feito, é altura de partir para outra. De qualquer forma, não vai poder pôr em causa o seu brio profissional, assim como assim não lhe cobrou nada.
Ou se calhar até já. Deve é haver alguma lei que proíba. Ou eu vou aos sítios errados.
Porque os concessionários das praias portuguesas não têm serviço de esplanada, até à beira do mar? Acalmai-vos lá, senhores da Quercus e afins, não estou a sugerir semear o areal de cadeiras e mesas em plástico manhoso. Não. Eu penso é que poderiam ser contratadas pessoas para nos servirem umas imperiais fresquinhas quando estamos deitados a trabalhar para o cancro de pele.
É que a logística de levar imperiais de casa é complicada, temos de nos lembrar de pôr um daqueles barris que se vendem nas grandes superfícies (nalgumas médias e pequenas também) no frigorífico de véspera, enfiar aquilo numa mala térmica, arrastar tudo para a praia e voltar para casa com a metade que já não se bebe porque está choca, para depositar no contentor amarelo. Desagradável.
Porque não haver pessoal nas praias a prestar este tipo de serviço ( e quem diz imperiais, diz coca-colas, sandes de atum e outras coisas).
Não deve ser por causa da ASAE, nos saudosos tempos pré-ASAE (eu sei, devia haver por aí milhares de portugueses a morrer de salmonelas) também não havia disto.
Será por causa do lixo? Era só condicionar a concessão à limpeza do areal no fim do dia (ou a meio, se fosse necessário).
Pensem lá nisso. Que melhor cartaz para o Allgarve, ou o West Coast of Europe, do que uma pessoa poder estar deitada à beira-mar, e estender o braço “Chefe, é uma mine e um pires de caracóis, fachavôr!”
- Boa tarde. O sr. É o dono desta obra?
- Dono (por enquanto) e autor, sim senhor, está interessado?
- Estou interessado em ver a sua licença de construção. Esta zona, de arribas, desde o quintal da moradia da Sra. Ministra, até lá ao fundo, é Reserva Ecológica Nacional e, portanto, não se pode construir aqui.
- Ah, mas eu não sou construtor, sou escultor. Está a ver, até estou inscrito na SPA. E isto, não é uma construção, é uma escultura. Agora é preciso licença para fazer esculturas? Voltámos ao tempo da outra senhora?
- Mas isto é uma moradia!
- Isso é o que a sua mentalidade pequeno-burguesa vê. É uma escultura que tem a forma de uma moradia. Se há quem possa fazer sapatos descomunais ou coisas com pensos higiénicos, porque não posso fazer um escultura em forma de moradia?
- E estes trolhas a assentar tijolo?
- Não seja preconceituoso, não são trolhas, são artistas convidados. O Miguel Ângelo também tinha.
- Ah, e aquela placa? Até aposto que nem licença para publicidade tem.
- Aquilo é o nome da peça: Vende-se moradia de sonho, vista de mar. Eu é que sou o artista e dou à minha obra o nome que eu quiser.
- Mas isto é uma moradia! Você vai vender isto a pessoas que vêm para cá morar!
- Você é que tem uma noção muito limitada da arte! Isto é uma abordagem irónica à condição pós-pós-moderna, capta o zeitgeist de uma sociedade wireless, em que nada se toca, e exprime a minha visão irónica sobre a condição humana. É uma forma inovadora, que convida o feliz proprietário a viver a obra de arte como nunca antes foi vivida. E tem aspiração centralizada.
- E piscina?
- Claro, tenho já ofertas de alguns mecenas, para si pode ficar pelos 450.000€.
- É um bocado puxado para o meu salário.
- Posso guardar-lhe uma fracção na minha próxima obra, ali no centro da vila. Vou criar o conceito de arte partilhada, para os menos abonados. 10 pisos, 30 fogos, perdão, 30 unidades artísticas de fruição individual. Vai chamar-se Bons Acabamentos, Óptimas Áreas, Vendedor no Local.